Hábito da leitura – entrevista com Denize Chiodi
Neste mês estamos trabalhando intensamente com as crianças, fazendo um Club Livros Kids superbacana e movimentado. Como sabemos que o estímulo recebido na infância é fundamental para a formação das crianças, fomos atrás de pessoas que, desde a infância cultivaram o saudável hábito da leitura e hoje se tornaram leitores costumazes. E o resultado não poderia ter sido melhor! Quem vai nos falar um pouco sobre sua experiência é uma grande amiga da Bem Família e sempre que a encontramos, está com um livro a tiracolo.
Denize Chiod, geóloga, profissional ativa, tem duas filhas já adultas, que como a mãe, apreciam muito uma boa leitura. Fizemos uma pequena entrevista com Denize que nos brindou com sua experiência.
Você se recorda quando começou seu gosto pelos livros?
Desde pequena, sempre gostei de ler, de ver as imagens e ilustrações dos livros. Na minha casa sempre estivemos rodeados por livros, revistas, jogos, discos de histórias e música (acho isso também muito importante, pois tínhamos discos com álbuns onde as histórias e as letras das músicas eram apresentadas e ilustradas – inclusive os discos de ópera).
Foi estimulada por algum adulto?
Principalmente pelo meu pai, que sempre leu muito e gostava de música e artes plásticas. Tínhamos de tudo um pouco em casa. Desde a coleção Saraiva (quem é mais velho conhece) até livros sobre arte, ciências, história, uma grande quantidade de dicionários, enciclopédias (tenho até hoje guardado o Lello Universal, que meu pai colecionou quando jovem) e livros com histórias da carochinha. Meu avô nos deu uma grande coleção de revistas da National Geographic, em inglês, encadernadas, da década de 40 e 50, que eu não cansava de folhear.
Seus pais liam para você?
Lembro mais da minha tia, irmã mais nova de minha mãe, que ficava conosco quando meus pais saíam. Ela lia os livros para nós ou inventava suas próprias histórias, o que era melhor ainda.
Como você se sente quando está lendo um livro?
Se é um romance, me transporto para dentro da história, como se estivesse assistindo toda a trama se desenrolar na minha frente. Não vejo a hora passar.
Teria algo mais a dizer?
Na época em que era criança, não havia a programação de TV que existe hoje, nem tínhamos possibilidade de viajar durante todo o período de férias. Durante o período letivo, era mais difícil ler, mas nas férias eu lia direto, ainda mais quando não viajávamos. Os pais não se sentiam obrigados a ficar nos distraindo e nos levando para cinema, passear, etc. Ficávamos por nossa própria conta, brincando no quintal (tínhamos quintal naquela época), se o tempo estava bom, ou dentro de casa, se chovia. Aí sim que o livro fazia uma companhia imensa. Havia períodos de férias em que eu lia o dia inteiro.
Viram como era o ambiente doméstico dela? Não parece que é tão complicado assim, não é mesmo? Se queremos crianças leitoras o primeiro passo é ter os livros disponíveis. Na semana que vem tem mais gente contando sua história. E você e se identificou com ela? Conte para a gente como foi sua experiência?
Denize Kistemann Chiodi, nasceu em São Paulo há 64 anos, e mora há 30 em Belo Horizonte. Formou-se em Geologia na USP, onde conheceu o Cid, que também é geólogo. São os pais da Cristina e da Maira. Ama a natureza e tudo o que faz parte dela: plantas, bichos, rios, mares, montanhas. Tem quatro gatos, adora música, filmes, livros, todo o tipo de arte. Gosta de gente e de ouvir suas histórias, seus “causos” como se diz aqui nas Minas Gerais, principalmente se acompanhados de café com bolo.