A audição é o sentido que nos permite captar, reconhecer o som emitido pelo ambiente e analisar a informação recebida. Esse sentido é o mais importante na aquisição e desenvolvimento da Linguagem, pois é por meio dela que detectamos e diferenciamos os sons ambientais e lhe atribuímos significado. Inicialmente, a criança ouve uma confusão de ruídos e, aos poucos, sua audição vai amadurecendo. Ela vai se tornando capaz de: localizar e identificar o estímulo sonoro; diferenciar os sons ambientais gerais dos sons mais específicos e os usados na comunicação; diferenciar palavras, gestos e expressões faciais.
Processamento Auditivo é o conjunto de processos e mecanismos que acontecem quando o cérebro interpreta os sons que a pessoa esta ouvindo. Não envolve apenas a percepção, mas envolve também a identificação, localização, atenção, análise, memória e recuperação da informação. Muitas pessoas, embora possuam audição normal, ou seja, sejam capazes de detectar os sons normalmente, apresentam dificuldades na interpretação desses sons, gerando, por isso, problemas de linguagem, de fala e de aprendizado. As habilidades auditivas, entretanto, podem ser treinadas e aperfeiçoadas por meio de estimulação.
Como sei que a criança tem alteração do Processamento Auditivo?
A alteração do Processamento Auditivo é uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas, que causa dificuldade de compreender a mensagem. A criança mesmo com audição normal apresenta dificuldades auditivas:
Dicas: Falar olhando para a criança; propiciar ambientes silenciosos; falar em um ritmo de fala contendo pausas nítidas, articulação clara e entonação enfatizada; verificar se a criança entendeu a solicitação pedindo-lhes que as repita; criar situações de comunicação diária com as crianças de pelo menos 50 minutos, contando histórias, cantando músicas e perguntando sobre as atividades do dia.
Sheila Pires Fonoaudióloga Clínica da Bem Crescer
Atendimento Multidisciplinar e Referência técnica do Sesc Saúde São Francisco. Especialista em Audiologia e Psicopedagogia.
Neste mês estamos trabalhando intensamente com as crianças, fazendo um Club Livros Kids superbacana e movimentado. Como sabemos que o estímulo recebido na infância é fundamental para a formação das crianças, fomos atrás de pessoas que, desde a infância cultivaram o saudável hábito da leitura e hoje se tornaram leitores costumazes. E o resultado não poderia ter sido melhor! Quem vai nos falar um pouco sobre sua experiência é uma grande amiga da Bem Família e sempre que a encontramos, está com um livro a tiracolo.
Denize Chiod, geóloga, profissional ativa, tem duas filhas já adultas, que como a mãe, apreciam muito uma boa leitura. Fizemos uma pequena entrevista com Denize que nos brindou com sua experiência.
Você se recorda quando começou seu gosto pelos livros?
Desde pequena, sempre gostei de ler, de ver as imagens e ilustrações dos livros. Na minha casa sempre estivemos rodeados por livros, revistas, jogos, discos de histórias e música (acho isso também muito importante, pois tínhamos discos com álbuns onde as histórias e as letras das músicas eram apresentadas e ilustradas – inclusive os discos de ópera).
Foi estimulada por algum adulto?
Principalmente pelo meu pai, que sempre leu muito e gostava de música e artes plásticas. Tínhamos de tudo um pouco em casa. Desde a coleção Saraiva (quem é mais velho conhece) até livros sobre arte, ciências, história, uma grande quantidade de dicionários, enciclopédias (tenho até hoje guardado o Lello Universal, que meu pai colecionou quando jovem) e livros com histórias da carochinha. Meu avô nos deu uma grande coleção de revistas da National Geographic, em inglês, encadernadas, da década de 40 e 50, que eu não cansava de folhear.
Seus pais liam para você?
Lembro mais da minha tia, irmã mais nova de minha mãe, que ficava conosco quando meus pais saíam. Ela lia os livros para nós ou inventava suas próprias histórias, o que era melhor ainda.
Como você se sente quando está lendo um livro?
Se é um romance, me transporto para dentro da história, como se estivesse assistindo toda a trama se desenrolar na minha frente. Não vejo a hora passar.
Teria algo mais a dizer?
Na época em que era criança, não havia a programação de TV que existe hoje, nem tínhamos possibilidade de viajar durante todo o período de férias. Durante o período letivo, era mais difícil ler, mas nas férias eu lia direto, ainda mais quando não viajávamos. Os pais não se sentiam obrigados a ficar nos distraindo e nos levando para cinema, passear, etc. Ficávamos por nossa própria conta, brincando no quintal (tínhamos quintal naquela época), se o tempo estava bom, ou dentro de casa, se chovia. Aí sim que o livro fazia uma companhia imensa. Havia períodos de férias em que eu lia o dia inteiro.
Viram como era o ambiente doméstico dela? Não parece que é tão complicado assim, não é mesmo? Se queremos crianças leitoras o primeiro passo é ter os livros disponíveis. Na semana que vem tem mais gente contando sua história. E você e se identificou com ela? Conte para a gente como foi sua experiência?
Denize Kistemann Chiodi, nasceu em São Paulo há 64 anos, e mora há 30 em Belo Horizonte. Formou-se em Geologia na USP, onde conheceu o Cid, que também é geólogo. São os pais da Cristina e da Maira. Ama a natureza e tudo o que faz parte dela: plantas, bichos, rios, mares, montanhas. Tem quatro gatos, adora música, filmes, livros, todo o tipo de arte. Gosta de gente e de ouvir suas histórias, seus “causos” como se diz aqui nas Minas Gerais, principalmente se acompanhados de café com bolo.
As férias chegaram e com ela a oportunidade de oferecer às crianças uma atividade divertida e ao mesmo tempo educativa e cultural.Você que é um pai que se interessa em oferecer a seu filho um conhecimento a mais de lazer e cultura não pode perder! Com foco no incentivo a leitura, nossa programação está especial.
Todas as quintas-feiras em espaços de cultura e leitura especiais de BH!
O que é o Club Livros Kids: uma atividade de Lazer Pedagógico com encontros brincantes de incentivo à leitura. Dinâmicas com caça pistas, jogos em grupo e visita mediada. Contato com livros criteriosamente escolhidos para ampliar o interesse da criança pelo mundo dos livros, dos autores e das palavras de forma lúdica e encantadora!
Duração: 1 hora por grupo, em horários previamente agendados.
Obs.: programação sujeita a mudanças, previamente informadas aos inscritos.
Público: pequenos grupos de crianças entre 04 a 10 anos.
Coordenação: professora infantil Tatiana Camargos Lamego
As crianças podem participar de uma, duas ou das três atividades. Os pais são sempre bem-vindos.
Os inscritos nas 03 atividades ganham uma lista de sugestões de títulos de livros preparada pela professora infantil Tatiana Camargos Lamego, para lerem durante o ano!
Inscrições e informações em http://bemfamilia.com.br/programas/lazer-cultural/
contato@bemfamilia.com.br
O hábito da leitura é conquistado desde os primeiros anos da infância. Mesmo o bebê pode ter contato com livros de banho, de plástico, manuseando e visualizando ilustrações coloridas e ouvindo o adulto contar histórias. Mais tarde, a criança pequena vai enxergando as letras até chegar a decodificá-las, quando finalmente se alfabetiza.
Quando aprende a ler, a criança abre para si um universo amplo e infinito em possibilidades. Ela pode viajar pelo mundo, pelas culturas, pela mente de outras pessoas, conhecendo as diferentes situações que ela mesma não pode viver, a partir de personagens e histórias que contam emoções, desafios, frustrações e grandes ideias através dos livros.
– É normal meu filho dizer que detesta ler? Só ele sente isso?
– Quantos livros meu filho deve ler por mês?
– Eu devo ler junto com meu filho? Até que idade?
– Os livros infantis devem ter sempre muitas imagens e ilustrações?
– As crianças devem escolher todos os livros que eu compro ou eu devo escolher também?
– Basta ler os livros que a escola define?
São muitos fatores que interferem na vontade de ler: o ambiente, o envolvimento da criança, os temas de acordo com a faixa etária. Algumas destas questões têm respostas padronizadas, que podem servir para uma faixa etária de forma geral. Outras perguntas – a maioria delas – vai variar com o perfil da criança, da família, da escola que frequenta e até do momento de vida que a família está passando. Fatores emocionais e ambientais interferem na concentração da criança, por exemplo, e precisam ser levados em conta assim como nas outras atividades que a criança desenvolve ao longo da infância.
Algumas dicas podem ajudar muito a fazer da leitura algo constante na vida do seu filho:
– ter um cantinho de leitura em casa
– ter um momento de folhear livros
– passear em livrarias e espaços de leitura
– trocar livros com amigos
Tudo que a criança faz com os pais é mais prazeroso e cria uma referência afetiva com o ato em si. Os pais podem participar de várias formas do momento de leitura, desde o exemplo que dão ao ler livros, revistas e jornais, até ajudar a escolher os livros e ler junto com o filho. Cada criança e idade requerem um acompanhamento diferente, mas o fato é que, no Brasil, a cultura da leitura precisa, e muito, de um incentivo extra para criar leitores.
Texto de Tatiana Camargos Lamego
Professora e idealizadora da Bem Família Tutoria em Desenvolvimento Infantil