Estudos apontam que crescer cercado de livros faz bem para as pessoas. Portanto, é importante incentivar as crianças a adquirirem o gosto por livros desde cedo, em ambientes voltados para elas
Uma pesquisa recente da Universidade de Pádua, na Itália, mostra que quem leu mais livros do que os obrigatórios na escola tem maiores chances de obter uma carreira de sucesso no futuro. Para incentivar as crianças a adquirirem o gosto pela leitura é preciso introduzir, em casa, este hábito.
A designer de ambientes e psicóloga Fabiana Visacro indica que para aguçar o desejo das crianças pela busca dos livros é importante que eles estejam sempre ao seu alcance. “É importante trabalhar devidamente a sala de estudos ou uma sala de leitura exclusiva para a criança, mas também, criar laços afetivos com esse conteúdo dos livros e não há espaço físico mais significativo, do ponto de vista afetivo, dentro de casa, do que o próprio quarto da criança”, conta.
Fabiana ressalta que a prática da leitura deve ser estimulada desde muito cedo, como os livrinhos de banho para bebês, que fazem muito sucesso e ainda tornam o momento mais prazeroso. Para a profissional, é preciso entender o ambiente sempre pelo ângulo da criança e, tudo que for pensado para o local, deve estar à altura dela. “A criança precisa entender que buscar este livro numa prateleira é algo possível para ela e pode ser desejado sem medo. Aliar estas duas vivências traz resultados fantásticos, pois uma potencializa a outra: autonomia e prazer pela leitura. Os livros podem estar dispostos em prateleiras, nichos e também podem ser a cabeceira da cama da criança, o que estimula, ainda mais, a leitura antes de dormir”, indica a designer.
Ainda de acordo com Fabiana Visacro, estes livros devem ser inseridos no quarto junto com elementos significativos para a criança, como em um móvel de sua cor favorita ou expostos junto a fotos da criança com fantasias de seus personagens prediletos. “Os pais devem criar ambientes de leitura com laços afetivos para a criança e elementos que a permita se identificar ali, como cores preferidas, fotos, fantasias dependuradas, estas coisas”, enumera Fabiana.
A designer de interiores Jacqueline Ortega também acredita que inserir um espaço no quarto para a leitura ou criar uma brinquedoteca na casa pode vir a estimular o gosto da criança pela leitura, tendo livros sempre à mão.
“Se possível, colocar os livros em um mobiliário mais baixo e com desenhos convidativos, lúdicos e atrativos. Pode-se criar um espaço de leitura e explicar para a criança a importância daquele ambiente. Promover a experiência utilizando recursos como cores, mobiliários divertidos e atrativos, além de separar um cantinho aconchegante com um sofazinho ou futon confortável para boas leituras”, aconselha.
Para Jacqueline, os pais que buscam criar esses ambientes de leitura para os filhos podem planejar o espaço e dividi-lo de acordo com as tarefas que pretende realizar em cada ambiente. “Um quarto de criança, por exemplo, deve ter um local de descanso, brincadeiras, estudos e leitura. Isso pode e deve ser feito a partir de um bom projeto de interiores”, aponta a designer.
Para tornar o ambiente mais agradável e confortável para a criança e, assim, estimulá-la cada vez mais à leitura, é preciso ter mobiliários com tamanhos proporcionais à criança, como explica a empresária Maria Cristina Bahia, proprietária da Loja Villa Maria, que possui produtos exclusivos para os pequenos. “Temos estantes baixas, revisteiros, baús, mesas, todas as peças de tamanho adequado para que a criança tenha fácil acesso. São peças com cores diversas, de acordo com as que a criança mais se identifica, além dos tamanhos, que proporcionam a elas mais conforto, pois são feitas para elas”, conta.
Cristina ressalta que estas peças voltadas para as crianças podem ser colocadas em diversos ambientes da casa, como quarto, varanda, sala, sem regras, tendo apenas o propósito de agradar a criança e incentivar o gosto pela leitura. “É importante criar um ambiente lúdico, atraente, que seja gostoso de ficar e, claro, com móveis que sejam de fácil acesso para elas”, encerra.
A audição é o sentido que nos permite captar, reconhecer o som emitido pelo ambiente e analisar a informação recebida. Esse sentido é o mais importante na aquisição e desenvolvimento da Linguagem, pois é por meio dela que detectamos e diferenciamos os sons ambientais e lhe atribuímos significado. Inicialmente, a criança ouve uma confusão de ruídos e, aos poucos, sua audição vai amadurecendo. Ela vai se tornando capaz de: localizar e identificar o estímulo sonoro; diferenciar os sons ambientais gerais dos sons mais específicos e os usados na comunicação; diferenciar palavras, gestos e expressões faciais.
Processamento Auditivo é o conjunto de processos e mecanismos que acontecem quando o cérebro interpreta os sons que a pessoa esta ouvindo. Não envolve apenas a percepção, mas envolve também a identificação, localização, atenção, análise, memória e recuperação da informação. Muitas pessoas, embora possuam audição normal, ou seja, sejam capazes de detectar os sons normalmente, apresentam dificuldades na interpretação desses sons, gerando, por isso, problemas de linguagem, de fala e de aprendizado. As habilidades auditivas, entretanto, podem ser treinadas e aperfeiçoadas por meio de estimulação.
Como sei que a criança tem alteração do Processamento Auditivo?
A alteração do Processamento Auditivo é uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas, que causa dificuldade de compreender a mensagem. A criança mesmo com audição normal apresenta dificuldades auditivas:
Dicas: Falar olhando para a criança; propiciar ambientes silenciosos; falar em um ritmo de fala contendo pausas nítidas, articulação clara e entonação enfatizada; verificar se a criança entendeu a solicitação pedindo-lhes que as repita; criar situações de comunicação diária com as crianças de pelo menos 50 minutos, contando histórias, cantando músicas e perguntando sobre as atividades do dia.
Sheila Pires Fonoaudióloga Clínica da Bem Crescer
Atendimento Multidisciplinar e Referência técnica do Sesc Saúde São Francisco. Especialista em Audiologia e Psicopedagogia.
Durante a infância, as crianças passam por um processo chamado de neurodesenvolvimento, no qual o cérebro imaturo vai adquirindo capacidades motoras, cognitivas, de comunicação e socialização cada vez mais complexas. Tal processo pode desenvolver de forma mais lenta ou mais produtiva dependendo da qualidade dos estímulos que são oferecidos aos cérebros dos pequenos.
Essa necessidade do desenvolvimento preocupa muitos pais, os quais gostariam que seus filhos desenvolvessem diferentes capacidades, como a inteligência e habilidades compatíveis com sua idade.
Esta é, sem a menor dúvida, a condição que mais pode favorecer uma boa educação.Equilíbrio traz serenidade. Uma pessoa equilibrada é uma pessoa madura e, geralmente, é mais feliz. Ao pensar na atividade que a criança mais gosta de fazer, que é brincar, muitas reflexões podem ser feitas para contribuir, também, no equilíbrio desta tão importante atividade infantil. Que espaços podem ser úteis para brincar? Que espaços criativos podem ser oferecidos às crianças?
Na maioria das vezes, a resposta é a busca de serviços que poderiam realizar tal tarefa, como escolas regulares, escolas de artes, de esportes, de música, dentre outros.
No entanto, o que tenho observado hoje como neuropediatra que trabalha com neurodesenvolvimento infantil é que muitas vezes a infância das crianças está sendo terceirizada. Os pais assumem os custos de cuidadores, escolas, esportes, mas não dedicam tempo nem esforços para acompanharem e estimularem seus próprios filhos.
E o maior problema disso tudo é que o cérebro da criança consegue alcançar seu maior potencial quando recebe estímulos diversos que lhe são prazerosos. E nada mais prazeroso para a criança que receber estímulos de quem elas mais amam, seus pais.
Dessa forma, a agenda cheia desses pequenos, com múltiplas atividades, não substitui o valor do tempo de qualidade com seus pais. Momentos juntos de dedicação plena, brincadeiras saudáveis próprias para cada etapa, passeios e carinhos são poderosos estimulantes das conexões cerebrais.
Fica a sugestão para que os pais se esforcem para dedicar algum momento do seu dia para seus filhos, tornando esses momentos agradáveis e prazerosos para ambos. Que seja, por exemplo, 30 minutos que ambos irão sentar no chão para montar um quebra-cabeça, ou fazer um bolo, ou chutar bola! E com essas brincadeiras simples os mini-cérebros estão recebendo estímulos espaciais, visuais, sonoros, de memória e de coordenação motora, que, associados ao prazer, fortalecem as conexões cerebrais existentes e estimulam a formação de novas conexões neuronais. Com criatividade e motivação, os adultos ganham momentos de relaxamento e as crianças fortes estímulos para alcaçarem o máximo do potencial de seus pequenos cérebros!
Dra. Liubiana Arantes de Araújo
Neuropediatra, M.D., Ph.D.
Fellow in neuroscience at Harvard Medical School
Professora Adjunta da Faculdade de Medicina da UFMG
Neuroinfância; Desvendando o cérebro infantil
Life Center: (31) 3281-8298 / 3223-1346
Comer à mesa com os pais aumenta o desempenho escolar e social. Esse é o resultado de uma pesquisa inédita com 34 mil crianças no Reino Unido.
O Literacy Trust, instituto inglês que se dedica à alfabetização e incentivo à leitura, realizou uma pesquisa com 34 mil adolescentes e crianças, sobre o momento das refeições em casa. Os resultados apontam que conversar durante as refeições é excelente ferramenta para filhos e pais.
As conclusões demonstram o impacto da refeição em família na conduta sócio-afetiva dos meninos entrevistados: refeições em família favorecem o desenvolvimento de crianças mais confiantes.
Inúmeros estudos apontam a eficácia dos alimentos saudáveis em diversas doenças, inclusive as de fundo neurológico e comportamental, mas a alimentação extrapola a questão da quantidade/qualidade, e da mera saúde física.
Os hábitos relacionados ao momento de comer são preciosos na formação da criança, que observa e absorve todos os estímulos recebidos durante as refeições. Desde os 6 meses, idade em que se começam a introduzir os alimentos sólidos, até a adolescência, há várias condutas que devem ser trabalhadas em casa, no dia-a-dia, de forma natural, leve porém perseverante pelos pais.