Vício em games: devo proibir meu filho de brincar nos tablets?
Devo proibir meu filho de brincar nos tablets?
Proibido é uma palavra que já não existe mais no vocabulário da educação infantil. Parece fora de moda, desnecessária… está até proibido proibir algo para as crianças. Certo? Bem, vamos à profundidade da questão, pois tem situações em que a palavra “categórica” dos pais vale muito. A firmeza e os limites parecem estar longe da maioria dos lares hoje em dia, e o que impera é o excesso de concessões que se faz ao filho para compensar a ausência ou qualquer outra deficiência dos pais.
O que fazer se a criança está viciada e não consegue mais sair de casa sem levar o tablet?
O trabalho, muitas vezes, é anterior ao momento de ceder ou não ao tablet. Um conjunto de ações, condutas, combinados e limites dos pais com o filho antecedem à proibição, que pode parecer a última alternativa. Não basta dizer não ou proibir, mas oferecer sempre algo melhor e demonstrar que a última palavra é do adulto. Se o momento mais esperado do dia é ligar o game para passar algumas horinhas se divertindo com os cliques infindáveis para “passar de fase”…algo deve ser repensado na rotina da criança. É urgente incentivar algo que varie a repetição estressante dos games de tiro, corrida, adivinhações, pintar ou encaixar peças no ambiente “virtual”.
Como lidar, no dia-a-dia para evitar o vício, sem proibir:
- postergar ao máximo o presente eletrônico – estudos indicam que até os 7 anos a criança não deve brincar nos eletrônicos;
- caso a criança ganhe o game, estipular limites claros e objetivos, como por exemplo: usar apenas no fim de semana, durante 1 hora no máximo por dia;
- acostumar a criança desde cedo a gostar de brincar ao ar livre, descalça, correr – mais do que a assistir TV, por exemplo;
- ir a locais com opções de lazer e distração para a criança;
- recordar da infância dos velhos tempos, em que as crianças sabiam conviver em ambientes de adultos sem os tablets, e os adultos sabiam conviver com as crianças no mesmo espaço sem os tablets.
Mas meu filho não me obedece, então devo proibir os eletrônicos?
Em alguns casos, a proibição é o que resolve. Mas deve-se sempre pensar no conceito de proibição e “impor limites”, e aplicar aquele que mais se adequa ao perfil da sua família e de cada filho. Os pais desesperados devem buscar ajuda com profissionais de educação e estudiosos do assunto. Quando o filho já não obedece em várias situações, então, é hora de rever muitos pontos.
Duas dicas simples para minimizar o excesso de games por toda a infância:
– ter jogos e brinquedos simples em casa, desde muito cedo, os menos eletrônicos possíveis para não focar o interesse do bebê e da criança apenas nas luzes e sons escalafobéticos viciantes; – demonstrar interesse em brincar com a criança fora dos tablets, com a mesma competição (saudável), criatividade e ousadia presentes nos games.
Empenho, paciência e presença criativa dos pais é um bom remédio.
Uma boa dose de criatividade dos pais conta muito!
Cada família sabe sua realidade e das suas particularidade. Nem todas as sugestões aplicam-se a todos os lares, é claro. Os pais desesperados devem buscar ajuda com profissionais de educação, conversar com a professora, psicopedagogos e outros estudiosos do assunto.